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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Um jovem urbano conhecendo a realidade do campo


“O que vale mais, meia dúzia de pés de laranja ou o fim da fome de quatrocentas famílias?”, foi com essa frase que um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra terminou seu discurso para centenas de integrantes do movimento de todo o Estado de São Paulo, que estavam na cidade de Iaras no dia 29 de outubro de 2009 para darem resposta a campanha feita pela mídia e a elite ruralista brasileira de criminalizar todo o movimento e desqualificar sua luta pela Reforma Agrária.
O encontro que reuniu deputados, vereadores, sociedade civil, movimentos sociais e todos que são solidários ao MST, foi em frente à fazenda Turvinho a qual o próprio movimento ocupou para chamar atenção do Brasil e do Governo Federal no intuito de acelerar os processos de assentamentos do local.
Entre mentiras e imagens deturpadas, surgi o que é fato. Há anos as famílias que estão acampadas na cidade de Iaras e
seus arredores, esperam o cumprimento de uma promessa
vinda da Cutrale e do próprio Incra. Pois após que a justiça decretou que as terras onde a maior empresa de suco de laranjas do mundo e madeireiros plantam seu capital, são provadamente terras que a união comprou em 1910 para colonização, houve uma ação de devolver as terras para a Reforma Agrária, mas esta espera se alonga por 10 anos e as famílias não mais agüentam continuar na situação precária que se encontram.
O que mais os incomoda é que nenhuma dessas grandes empresas se quer paga um centavo pelas terras, e ainda por cima recebem investimentos do BNDES para continuar sua exploração de mão-de-obra.
Em torno deste cenário alarmante, e que todas as informações citadas estão documentadas pelo movimento, que se encontram pessoas que residem no Estado mais poderoso da nação, é que estendemos as mãos, arregaçamos as mangas e levantamos a bandeira do Movimento Sem Terra.
A oportunidade de conhecer os fatos com os meus olhos, e não apenas vê-los pelas imagens manipuladas que passavam na TV, foi algo único. Como queria que todos os cidadãos principalmente os mais jovens percebessem como o mundo é diferente quando você mesmo o conhece.
O MST tomou um tiro no vidro do seu carro, que caminhava na estrada da Reforma Agrária, pois o que os atiradores (a direta que se acha dona do nosso país) não sabiam, é que os vidros do carro, do maior movimento social do planeta, são blindados, blindados pela força de seus integrantes, blindados pelo caráter de seus líderes e principalmente blindados pela verdade.

na foto: Matheus Santos e Gilmar Mauro da direção nacional do MST

Matheus Henrique de Souza Santos

Apenas mais um jovem!

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